sexta-feira, 3 de abril de 2009

LEPTINA: o hormônio da obesidade

Os dois camundongos apresentam a mesma idade, sendo que o da esquerda apresenta deficiência na produção do hormônio leptina.

Só que, o problema não está somente na produção de leptina e sim num caminho bem complexo chamado leptina-POMC (propiomelanocortina).
Os receptores MC3R e MC4R da melanocortina  estão relacionados respectivamente com a modulação do gasto energético e ingestão alimentar. Por exemplo, mutações no MC4R representam  desordem genética mais comum presente na obesidade humana. 

Tem um artigo que eu apresentei num seminário no Laboratório de Metabolismo da UnB que fala sobre o  controle integrado do apetite e metabolismo lipídico pelo caminho leptina-pomc: "Integrated control of apptite and fat metabolism by the leptin-proopiomelanocortin pathway -  Stacy Forbes, Stephanie Bui, Brian R. Robinson, Ute Hochgeschwender, and Miles B. Brennan - PNAS, vol 98, nº 7 pp. 4233-4237, 2001.

Com algumas figuras do próprio artigo eu vou explicar esse caminho leptina-pomc.



Figura 1. Artigo: "Integrated control of apptite and fat metabolism by the leptin-proopiomelanocortin pathway - Stacy Forbes, Stephanie Bui, Brian R. Robinson, Ute Hochgeschwender, and Miles B. Brennan - PNAS, vol 98, nº 7 pp. 4233-4237, 2001.
No esquema acima é demonstrado que em situação de homeostase, os adipócitos liberam leptina, o qual se liga a receptores específicos no SNC, produzindo melanocortina. Havendo leptina há  liberação de MSH (Hormônio Estimulante de Melanócitos), permitindo a ligação do MSH a neurônios MC-R e diminuindo a ingestão de comida. E mais, permite que o MSH vá até a periferia, onde se ligará a receptores nos adipócitos, causando mobilização das gorduras.








Figura 2. Artigo: "Integrated control of apptite and fat metabolism by the leptin-proopiomelanocortin pathway - Stacy Forbes, Stephanie Bui, Brian R. Robinson, Ute Hochgeschwender, and Miles B. Brennan - PNAS, vol 98, nº 7 pp. 4233-4237, 2001.
Em pomc/pomc os adipócitos liberam grandes qtdades de leptina. Contudo o MSH não é liberado em resposta a ela. Ambos: central e periférico necessitam da sinalização do MSH, levando a hiperfagia e aqui a LPL não está ativada, daí não há mobilização de gorduras.







Figura 3. Artigo: "Integrated control of apptite and fat metabolism by the leptin-proopiomelanocortin pathway - Stacy Forbes, Stephanie Bui, Brian R. Robinson, Ute Hochgeschwender, and Miles B. Brennan - PNAS, vol 98, nº 7 pp. 4233-4237, 2001.
Aqui nenhuma leptina está disponível e como consequência temos quantidade insuficiente de MSH, portanto hiperfagia.








Figura 4. Artigo: "Integrated control of apptite and fat metabolism by the leptin-proopiomelanocortin pathway - Stacy Forbes, Stephanie Bui, Brian R. Robinson, Ute Hochgeschwender, and Miles B. Brennan - PNAS, vol 98, nº 7 pp. 4233-4237, 2001.

A administração de MSH levou à mobilização dos estoques de gordura e a perda de peso ou redução de peso por reconstituição do MSH deficiente em pom/pomc ou estimulando a qtdade insuficiente de MSH em ob/ob.